santa maria

Ruas pavimentadas com pedra serão recuperadas, mas ainda não há prazo

Eduardo Tesch e Marcos Fonseca

Fotos: Renan Mattos (Diário)
Na Avenida Fernando Ferrari, vários trechos com blocos de concreto estão deteriorados

Mesmo após a prefeitura contratar dois empréstimos para melhorar as condições das ruas de Santa Maria que, juntos, somam R$ 78 milhões, ainda é preciso de atenção para desviar da buraqueira. Até agora, cerca de R$ 5,6 milhões já caíram nas contas do Executivo, oriundos do primeiro empréstimo de uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 28 milhões.

Com esse dinheiro, a prefeitura vem realizando obras de recuperação em ruas asfaltadas, como nas avenidas Dores e Walter Jobim, e em estradas do interior. Porém, quem precisa circular em ruas sem pavimentação asfáltica - com blocos de concreto ou pedras -, como a Avenida Fernando Ferrari e a Rua Tamanday, continua sem saber quando os transtornos com os buracos irão acabar.

Conforme o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Francisco Severo, a prioridade do Executivo é recuperar as ruas que, segundo estudos técnicos, têm maior tráfego de veículos.

- Estamos aproveitando esse período de férias escolares e da universidade para recuperar as ruas de maior tráfego. Tão logo a gente consiga cobrir essas vias, estaremos iniciando a melhoria das ruas de pedras e blocos de concreto, principalmente a Fernando Ferrari e a Tamanday - informa Severo.

Veja a lista de 64 ruas que devem receber asfalto novo se a prefeitura conseguir empréstimo

MEDIDA PALIATIVA
Até então, a prefeitura vem tapando os buracos que surgem nas ruas de pedras com camada asfáltica. Mas essa prática tem recebido críticas da comunidade.

- A situação da rua é muito ruim. Já pedimos para a prefeitura consertar, mas eles não fazem como deveria ser feito. Quando chove, toda a rua vira um rio e leva tudo que eles colocaram nos buracos embora - reclama a policial militar aposentada Márcia Denardin, 48 anos, que anda pela Rua Tamanday com frequência.

Conforme o secretário, as ruas de paralelepípedos e de blocos de concreto não serão totalmente refeitas. Cada trecho será analisado individualmente, para, depois, ser recuperado.

- Os serviços serão semelhantes aos que são executados em calçamentos irregulares. Vamos remover os blocos ou pedras irregulares. Removemos a base existente e refazemos o pavimento a partir dessa base. Não temos previsão de asfaltar nenhuma dessas ruas - informa Severo.

RECUPERAÇÃOUsar asfalto para tapar buracos em vias com pedras, como na Rua Tamanday, é apenas paliativo, afirma especialista

Especialista em pavimentos e asfalto, o professor Luciano Specht afirma que a recuperação das condições das ruas com blocos de concreto, como a Fernando Ferrari e a Tamanday, só será eficaz com a remoção de todo o pavimento danificado, o nivelamento do solo e a reposição das pedras. Esse é o procedimento que deve ser adotado agora.

Asfalto usado em recuperação de ruas de Santa Maria deve durar de 2 a 5 anos

Há anos, essas duas vias não recebem uma manutenção adequada. A prática de tapar os buracos com asfalto é apenas paliativa, segundo o docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM):

- A solução é não usar asfalto - diz.

Specht ressalta que o uso de blocos de concreto e pedras irregulares para a pavimentação das ruas foi uma prática adotada muito tempo atrás, quando o tráfego de veículos era menos intenso. O que o poder público está fazendo, neste momento, é garantir a trafegabilidade das vias urbanas, dentro dos recursos que estão disponíveis.

OS EMPRÉSTIMOS CONTRA BURAQUEIRA
R$ 28 milhões

  • No ano passado, a prefeitura de Santa Maria contratou um empréstimo pelo programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 28 milhões. Esse valor será usado da seguinte forma:
  • R$ 26 milhões devem ser investidos em ruas com situação precária
  • R$ 1 milhão para fazer abrigos de ônibus
  • R$ 1 milhão para compra de maquinários e equipamentos
  • O prazo para pagamento do empréstimo é de 10 anos, com carência de 2 anos
  • A taxa de juros é de 5,55% ao ano, mais o valor do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) que, em 2018, foi de 6,42%

R$ 50 milhões

  • São do Programa Avançar Cidades, do Ministério das Cidades. Ainda não foram liberados pela Caixa
  • Do valor, R$ 1,3 milhão do recurso serão usados para contratação de uma empresa que vai fazer um estudo das necessidades para a recuperação de 64 ruas, que equivalem a 75 quilômetros. A prefeitura, porém não garante que seja exatamente esse o número de ruas que serão totalmente recuperadas 
  • Os demais R$ 48,7 milhões serão para as obras
  • Os trâmites para este empréstimo são mais complexos, por isso não foi liberado no ano passado. Assim, o município deve receber o primeiro repasse em 2019 
  • O prazo para pagamento do empréstimo é de 20 anos, com carência de 4 anos
  • A taxa de juros é de 6% ao ano

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